quarta-feira, 19 de março de 2014

Cover Vs. Autoral


Recentemente a uma questão que está pairando pelo ar e está dando o que falar tanto para o bem quanto para o mal -  Cover ou autoral?
Por que estou levantando essa questão?
Porque não está sendo só uma questão de opção do ouvinte. Isso está causando certo mal estar em algumas situações em que quando surgem debates sobre o assunto, sempre há um dos lados que acaba se exaltando, o que no meu entender não precisa acontecer.
Vou levantar aqui algumas questões que favorecem os dois lados e que se prestarmos bem a atenção veremos que da conciliar muito bem os dois lados, porem sim, existem algumas limitações.

Primeiramente tudo que eu vou levantar aqui não é regra, não sou dono da verdade, da sua banda nem do seu bar/casa de show, portanto a minha opinião só diz respeito a mim, vocês pensem o que acharem melhor pra sua banda/bar/casa de show.

Por que bandas são montadas? – Há duas possíveis respostas aqui – passar suas ideias ou se divertir. Se for o primeiro, claro, será uma banda autoral e é extremamente entendível como é difícil criar algo próprio, mas com certeza alguma influencia sua banda teve, então por que não prestigiar bandas cover?  - Ah, mas por que você está levantando está questão? – Porque sei que tem gente (são poucos, mas tem) que acha que por que se seu som é autoral, o cover não presta. Todo o trabalho tirando musicas pra ficarem perfeitamente iguais aos seus ídolos não tem importância nenhuma porque não é autoral, ou seja, se não é autoral, não presta e isso é um grande ponto negativo pra sua banda autoral meu amigo. Isso é de certa forma uma maneira fascista de se pensar. Você não está respeitando nem o gosto, nem o espaço de outra pessoa – logo sua banda nunca será chamada pra tocar em lugar nenhum porque sua reputação é de uma pessoa que não respeita nada e nem ninguém. Pense nisso.
No segundo caso, da banda cover, tem todo o esforço que citei acima, onde foram muitas noites em claro, ali, naquela tablatura tentando tirar o solo da sua banda favorita perfeitamente. Depois vem o ensaio, onde tem que juntar tudo e fazer tudo soar perfeito junto com a voz, que tem que chegar no tom do vocalista que fez tudo aquilo num estúdio foda. E o melhor, muitas vezes a banda consegue chegar a 80% da perfeição mas também não respeita aquela banda autoral que está no mesmo “cast” né – Ah, ralei pra caralho tirando aquele solo do Petrucci, vou ficar aqui no camarim (ou bar), num gosto dessa bandinha – É, isso também acontece, infelizmente.
Nesse caso, também tem olhos observando e certamente todo seu trabalho, com o tempo também vai pro ralô. Humildade é importantíssimo nessa área.

Mas temos um terceiro termo aqui, e o que eu apoio acima de tudo que é aquela banda que faz seu som autoral e que rola uns covers pra divertir a galera. Mesclando o repertório todo mundo sai feliz, afinal de contas temos ai muitas bandas grandes que lançaram discos só com covers, bandas como o Metallica, o Ramones, aqui no Brasil temos o Ratos de Porão que lançou o “feijoada acidente” (alusão ao disco “Spaghetti incidente do Guns ‘n’ Roses, outro disco de covers) Nacional e Internacional e o Ira! Com o bom “Isso é Amor”.

Mas não há erro algum em tocar só autoral, pelo contrario, é importantíssimo se correr atrás daquilo que se acredita, só acho que tem que se respeitar o .colega que toca o Cover e vice e versa.
- Ah, mas os bares/casa de show preferem chamar as bandas covers pra tocar por que chamam mais publico!!!!
Concordo que isso aconteça, por isso acredito que o segredo é mesclar o repertório, mas tem banda que acredita só no som autoral, nesse caso o trampo é maior. Tem que rolar bastante divulgação e colaboração da galera. Afinal tem muita gente que reclama que só tem shows de bandas covers, mas quando rola um som autoral não aparece ou se está no estabelecimento, não presta atenção, ai realmente concordo com a galera do autoral.
Mas é sempre bom ir num show, ver a banda tocar afiada aquele som que você gosta, ou até mesmo uma versão própria, por que não? – Mas o importante é curtir o som independente se é cover ou autoral, o que não pode é brigar por ideias nem ideais.
Espaço tem pra todo mundo.

Esse texto não tem a finalidade de ofender nem causar injurias. A verdadeira intenção é a união e a compreensão de ambas as partes.

Rafael Mendes

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